O papel das ONGs, em São Paulo, na suavização dos efeitos da fome durante a pandemia

É inegável que o abismo social que isolava pessoas em situação vulnerável no Brasil ficou ainda mais profundo com a instalação da pandemia no país.

O papel das ONGs, em São Paulo, na suavização dos efeitos da fome durante a pandemia

23/JUL

Mas, felizmente, a força das entidades do Terceiro Setor, empenhadas no combate à fome e à miséria, também ficou ainda mais visível.


Em março de 2020, uma coalização formada por 50 ONGs reuniu – em São Paulo – lideranças e voluntários para lutar pelo acolhimento da população em situação de rua em um momento em que ficar em casa significava preservar a vida. 


A pergunta que ecoou nas redes sociais – chamando atenção para a necessidade do apoio a essa parcela da população – foi: “ficar em casa, mas em que casa?”.

 

De lá para cá, o Movimento Na Rua Somos Um vem trabalhando fortemente para amenizar os efeitos da pandemia nos mais vulneráveis.


Sob a coordenação de Christian Braga, fundador e presidente do Instituto GAS (Grupo de Atitude Social) e de Monica Cerantola, co-fundadora da Ecos, o movimento já distribuiu – por meio das entidades participantes – mais de 500 toneladas de alimentos, em forma de 38.461 cestas básicas.


Desde 2016, o Instituto GAS trabalha nas madrugadas de São Paulo e cidades adjacentes oferecendo ajuda aos que vivem em situação de rua. São 7 mil pessoas, 1.500 famílias em comunidades de extremo risco social, atendidas por mês.


Na opinião de Christian, a pandemia deixou ainda mais clara a importância das ONGs na busca pela justiça social na cidade. “No caso do GAS, por exemplo, nós vimos o número de pessoas nas ruas aumentar diante dos nossos olhos.


Isso nos forçou a atuar em outra frente de socorro humanitário, ajudando pessoas em comunidades para que elas também não fossem parar nas ruas. Sem a atuação das organizações civis a situação estaria ainda mais caótica”, completou ele.


O Brasil conta com 125,6 milhões de pessoas em situação de insegurança alimentar na pandemia. São mais de 120 milhões de pessoas sem acesso à alimentação adequada, sem frequência ou qualidade. Vale refletir que, se a fome já era companheira de longa data dos brasileiros, na pandemia ela foi alçada a um patamar tão letal quanto do próprio vírus.


Se puder, ajude que tem fome.



[Fonte: Click Guarulhos]