Qualidade de vida: silencie os barulhos da mente para cuidar da sua energia

Sim, em um mundo preocupadíssimo com investimentos de valores em espécie voltados para o salvamento das economias e dos efeitos da pandemia, nós passamos por aqui para te lembrar que quando o interior pessoal não está aquietado e, minimamente em paz, os pensamentos é que passam a orientar as ações e – dependendo da qualidade deles – os efeitos na vida podem ser catastróficos.

Se você passou do primeiro parágrafo sem achar que o que estamos dizendo é só papo furado...que bom!...você entende o valor do voltar-se para dentro, como o autoacolhimento é fundamental e, ainda, a importância que tem, para cada um, a conexão com a real essência pessoal.

Você já procurou fazer o exercício de ficar em silêncio, sem fazer nada, apenas meditando? Se não, dá para ir aos poucos, começando com um minutinho.

Fato é que o trabalho do silêncio proporciona uma aprendizagem bem maior do que podemos supor, impacta – de verdade – em diversos aspectos da nossa experiência na Terra e em sociedade.

Sim! Porque “navegamos” pela vida de acordo com as aprendizagens que fomos adquirindo desde que éramos bem pequenos. Vamos modelando o comportamento das pessoas com as quais convivemos, situações que nos impactam, e é dessa forma que estruturamos a nossa personalidade ou, como se diz na linguagem corrente, o nosso jeitão de ser. 

A partir disso carregamos – vida afora – a nossa bagagem de aprendizados e, por vezes, arrumamos inúmeras encrencas e dificuldades porque não conseguirmos enxergar para além do nosso eu.

Tal bagagem nos faz acreditar que tudo deve caminhar do nosso jeito, que nossos desejos devem ser atendidos e então eis que o controle aparece. Como função primordial para a sustentação do nosso bem-estar. O raciocínio é o seguinte: se controlo, ok, tudo bem, estou feliz. Se não controlo, fico ansioso, o medo toma conta, o pânico aparece.

Complicado, né?

Pois bem, saiba que é exatamente nesses momentos que os pensamentos entram em ação. Isso significa que se não estivermos atentos, eles irão determinar a nossa vida.

Parece mentira, não? Mas não é. Não somos os nossos pensamentos, porém, podemos, sim, nos confundir com eles e, frequentemente, é exatamente isso o que fazemos. Deixamos com que eles se tornem verdades e guiem a nossa vida.  Porque interpretamos tudo que acontece em nosso entorno por meio deles.

Isso é seguro?

Vamos te dar um exemplo e aí você tira as suas conclusões. 

Sabe quando lemos uma mensagem de texto? Podemos dar voz a ela e, rapidamente, concluir se a pessoa que nos enviou foi grossa, antipática, querida ou educada, certo?

Pois é, distorções podem acontecer porque projetamos no outro o nosso mundo interno, as nossas guerras e dores que estão dentro do nosso sistema. Ainda que em uma situação na 

qual, realmente, a pessoa foi grosseira, é fundamental lembrar que a pessoa está manifestando o que ela é. Isso quer dizer que tem nada a ver com você que serviu apenas como alvo em um momento de estresse.

É por isso que, lá no começo, falamos sobre energia. Para você entender que, por vezes, seguramos algumas situações de forma tão ferrenha que nos faz despender muito tempo...e energia. 

Determinamos como verdadeiro algo que, se ficarmos “martelando na cabeça”, só vai alimentar nosso estresse interior, o que – vamos combinar? – não nos traz qualquer benefício. 

Sim! Porque, ao invés de nos atentarmos ao momento presente, acabamos por perder (muuuitooo) tempo com conversas mentais, “barulhos” da nossa mente.

E falando nela, na mente, entendeu agora a importância de conseguir silenciá-la, de parar, de simplesmente fechar os olhos para poder se conectar com seu silêncio interno? 

A conta é a seguinte: quanto mais conseguimos praticar esse silenciar da mente, mais conseguimos diferenciar o que é nosso, nossas vivências, nossas dores, nosso julgamento equivocado, do que é de outro alguém que, por algum motivo, direcionou a mim. 

E quando conseguimos nos livrar do ato de julgar tudo o que ocorre ao nosso redor, nos liberamos de sofrer, de ficar ruminando situações desagradáveis, de manter raiva e ressentimento em nosso sistema pessoal.

É por isso que ser feliz e viver bem é uma escolha. Muitas vezes é bem desafiador, mas você acabou de aprender que, juntos, práticas simples de respiração e exercícios de autoconhecimento podem acabar com o ruído da mente, que interfere – diretamente – em nossa qualidade de vida. 

Bom trabalho aí!

[Fonte: Portal Estadão // E+]