Depressão: pesquisa revela que 56% dos jovens têm vergonha de abordar o assunto na escola ou no trabalho

De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), o Brasil é o país da América Latina que apresenta maior índice de depressão.

Depressão: pesquisa revela que 56% dos jovens têm vergonha de abordar o assunto na escola ou no trabalho

09/SET

Curioso é que, mesmo com esse dado, a doença ainda é vista de maneira totalmente desconfortável, especialmente entre os jovens, que sabem muito pouco sobre o assunto e também sentem vergonha de falar sobre ele.

O triste “primeiro lugar no pódio” da depressão na parte de baixo das Américas foi constatado por meio da pesquisa "Depressão, suicídio e tabu no Brasil: um novo olhar sobre a Saúde Mental", aplicada pelo IBOPE Conecta. Foram ouvidos dois mil brasileiros a partir dos 13 anos de idade e residentes em diferentes regiões metropolitanas do País (São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Distrito Federal e Fortaleza).

Entre os dados coletados pela investigação estão os 39% de adolescentes (entre 13 e 17 anos) que disseram não se sentir à vontade para falar sobre um possível diagnóstico de depressão na família.

Na faixa etária dos 18 aos 24 anos, 56% disseram não ter tranquilidade para abordar o “assunto depressão” no trabalho ou na escola por acharem que os colegas não levariam a conversa a sério, logo, não considerariam que uma pessoa deprimida possa, de fato, estar doente.

A pesquisa também revelou que os mais jovens não acreditam no tratamento da depressão e, por isso mesmo, resistem a ele.

O alerta vermelho da pesquisa acendeu para o registro do número de suicídios no país: está aumentando entre os jovens brasileiros. E a olhos vistos. Especialmente entre os homens, um público que – por conta da cultura nacional – é, em geral, incentivado a se mostrar forte e inabalável o tempo todo. Na pesquisa, 29% disseram considerar a depressão um sinal de fraqueza ou pouca força de vontade.

Enfim, é preciso falar sobre a depressão.

Mas quais são, exatamente, os principais sintomas?

Eles podem variar muito, de acordo com fatores como a gravidade do transtorno e a presença de condições associadas, como ansiedade, sintomas obsessivos ou psicóticos. 

Mas, em geral, traços de depressão podem ser identificados, por exemplo, por tristeza prolongada, irritação, baixa autoestima, problemas de memória e concentração, pessimismo, mobilidade reduzida, perda de libido, dificuldade para dormir ou dormir demais, aumento ou perda de peso, dores ou problemas digestivos sem motivo aparente e baixa imunidade.

É preciso estar sempre atento (a). Alguém em depressão pode estar bem ao lado sem que consigamos nos dar conta. Claro que esta pessoa precisa de tratamento apropriado, mas, cada um de nós pode ajudar – e muito! – emprestando o ouvido para que essa pessoa possa desabafar.

Se você acha que não reúne condições de ajudar uma pessoa que esteja precisando desse apoio estimule-a a ligar para 188. É o número do CVV, o Centro de Valorização à Vida.  Por lá, ela encontrará voluntários treinados para conversar sobre todos os assuntos, com total sigilo.


[Fonte: UOL // Viva Bem]