Brasil: com a população envelhecendo são necessárias políticas públicas urgentes para que o crescimento econômico não estanque
Você já ouviu falar em bônus demográfico?
30/NOV
Trata-se de um termo usado por acadêmicos e estudiosos para definir o período mais favorável da estrutura etária de um país para o crescimento econômico. No referido período, a proporção de jovens que trabalham e contribuem para a Previdência é maior que a de inativos que usufruem dos benefícios como a aposentadoria.
Para você entender melhor, o bônus demográfico ocorre quando a população em idade ativa para o trabalho (de 15 a 64 anos) passa a crescer num ritmo mais acelerado do que a população total (que inclui crianças e idosos).
Pois bem, este aumento do número de pessoas ingressando no mercado de trabalho tende a fazer a economia de um país prosperar e, sobre o assunto, especialistas são enfáticos: países precisam aproveitar esse "empurrão" decorrente da mudança da estrutura etária da população para alavancar sua condição socioeconômica.
Visto que estamos iniciando a trajetória de aumento do grau de dependência econômica de quem gera renda, é preciso que o Brasil fique – falando o português bem claro – rico antes de velho.
Segundo especialistas, todos os países que atingiram um IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) acima de 0,900 passaram pela transição demográfica e aproveitaram adequadamente essa janela de oportunidade.
Contra fatos não há argumentos. Não há como fugir dessa verdade: todo país rico em qualidade de vida para sua população passou por (e aproveitou o) bônus demográfico.
A partir desse entendimento, quanto tempo ainda temos para aproveitar tal “janela”?
A notícia não é muito boa. De acordo com demógrafos, ela fechou junto com o encerramento de 2018, cinco anos antes do previsto.
Em estudo anterior, divulgado em 2013, a prospecção era a de que o bônus demográfico terminaria só em 2023.
Para você ter uma ideia de números, em 2010, por exemplo, havia 47,1 pessoas na faixa etária de dependência para cada 100 que estavam em idade economicamente ativa.
Em 2017, essa proporção caiu para 43,9, o menor índice já registrado. Porém, de acordo com o IBGE, a partir de 2019, o indicador vai subir para 44 (o primeiro de uma sequência de 42 anos projetados de crescimento).
Se adiantarmos a linha do tempo teremos – sempre segundo estudiosos da área – que, em 2060, a faixa de dependência deverá chegar a 67,2. A leitura a ser feita é que 67,2 pessoas vão depender de 100 trabalhando. No ano indicado, os idosos vão formar 25,5% da população brasileira, ou 58,2 milhões de pessoas. Atualmente, essa taxa é de 9,2% (19,2 milhões).
São necessárias políticas públicas urgentes para apoio a esta população e para administração do novo cenário.
[Fonte: https://www.bbc.com]