Números relativos aos tipos de hepatite não param de crescer no mundo. OMS recomenda exames periódicos para identificação precoce da doença
Hora de conversar sobre a hepatite.
29/AGO
Hepatite? Mas por quê?
Porque os números atuais relativos à doença estão crescendo exponencialmente.
E muito desse aumento se deve à falta de tratamento precoce já que a doença, assintomática, demora para ser descoberta.
É crucial falar sobre o assunto por que, quanto mais tardia a intervenção médica, maiores as chances de desenvolvimento de câncer de fígado e cirrose hepática, por exemplo.
Existe mais de um tipo de hepatite, sabia?
Não tinha conhecimento?
Então vamos te explicar um por um agora, preste atenção:
-> Hepatite A (ou infecciosa) - é uma doença contagiosa, causada pelo “vírus A” (HAV), cuja transmissão se dá por via fecal-oral, através do contato entre indivíduos, alimentos ou água contaminada. Em geral, não apresenta sintomas, mas a pessoa infectada pode apresentar quadro clínico que envolva cansaço, tontura, enjoo, vômitos, febre, dor abdominal, pele e olhos amarelados (icterícia), urina escura e fezes claras. Neste caso é comum que os sintomas surjam entre o 15º e o 21º dia após a infecção. Na maioria dos casos, é uma doença de caráter benigno (porém, em 1% dos casos pode causar insuficiência hepática aguda grave, podendo levar à morte).
-> Hepatite B (ou soro-homóloga): é causada pelo vírus B (HBV). Por ser transmitida através do sangue e outros fluídos corporais de pessoas infectadas, ela é considerada uma doença sexualmente transmissível (DST). A contaminação também pode acontecer durante a gestação, parto ou amamentação, caso a mãe tenha sido infectada pelo vírus. A hepatite B pode se desenvolver na forma aguda (de curta duração) ou crônica (mais de seis meses), que afeta principalmente as crianças (nas que têm menos de 1 ano, o risco é de 90% e, para as que têm entre 1 e 5 anos, esse número varia entre 20% e 50%). Em adultos, o índice cai para 5% a 10%.
-> Hepatite C: chamada de “hepatite não A não B”, é causada pelo vírus C (HCV). Essa versão também pode ser transmitida pelo contato com sangue, mas a contaminação pela gravidez ou por sexo são mais raras. Para homens que fazem sexo com homens que estejam infectados pelo vírus HIV, a transmissão da hepatite C por via sexual deve ser considerada um risco. Se a infecção persistir por mais de seis meses, o quadro pode evoluir para hepatite crônica – comum em 80% dos casos. A hepatite C crônica ainda pode causar cirrose hepática (20% dos infectados) e câncer de fígado (1% a 5%).
-> Hepatite D (conhecida como Delta): causada pelo vírus D (HDV), mas depende da presença do vírus da hepatite B para se reproduzir e causar a doença. A forma de transmissão também é semelhante à da B. Da mesma forma que as outras hepatites, os tipos C e D podem não apresentar sintomas. Viu aí? São quatro tipos! É preciso ficar de olho, prestar muita atenção!
De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), as hepatites virais B e C – responsáveis por cerca de 60% dos casos de câncer de fígado – afetam 325 milhões de pessoas no mundo.
E de acordo com o Ministério da Saúde brasileiro, atualmente, o país apresenta um dos maiores índices de ocorrência da doença. Só em 2017 foram 587.821 casos de hepatite viral. Em 2016 haviam sido 561.058, o que configurou um aumento de 4,7%.
Até o final deste ano, a previsão é de 30.000 novos diagnósticos em relação a 2017.
O que assusta mais é que – ainda segundo a OMS – o número de mortes causadas pelas hepatites virais já ultrapassou as do HIV. Cerca de 1.340.000 portadores de HIV morrem anualmente, contra 1.750.000 óbitos em decorrência de complicações de hepatites.
Por isso é tão recomendável que, em visita de rotina ao médico, seja solicitado o exame para investigação de hepatite.
Ser prudente e evitar um problema é sempre melhor do que ter de repará-lo, não?
Cuide-se!
[Fonte: Veja.com]