Insetos comestíveis: você incluiria na alimentação cotidiana?

Você já se alimentou hoje? 

Dependendo do horário que estiver lendo estas linhas, vai aí o spoiler...o conteúdo a seguir pode ser meio indigesto, viu? Ou não. Vai depender da sua excentricidade alimentar.

Não entendeu nada?

A gente explica.

Nós, da Castelo Branco, passamos por aqui hoje para te fazer uma perguntinha: você encararia um super hambúrguer, beeemmm suculento, feito de...grilo?

– OI??? GRILO? URGHHSS!

Exatamente isso (bom, nós avisamos ali cima que o conteúdo poderia ser indigesto, hein?)!

Pesquisadores do mundo todo têm trabalhado para difundir – especialmente no mundo ocidental – o hábito já tão recorrente no Oriente que dá conta de inserir insetos na dieta regular como rica fonte alimentar.

Ainda que só de pensar nesse assunto seu estômago já tenha dado piruetas aí, fique sabendo que eles podem – sim! – constituir uma parte bastante importante da nossa alimentação e ainda contribuir para a preservação do meio ambiente.

De que jeito?

Bom, do ponto de vista nutricional, Virginia Emery – presidente da Beta Hatch, uma startup americana que cria ração animal a partir de larvas – afirmou que insetos são “definitivamente um superalimento. Um monte de nutrientes em um pacote bem pequeno".  E ainda completou dizendo que "os insetos são uma peça realmente importante que faltava no sistema alimentar".

Ufsss...

Bom, mas e o meio ambiente? Afinal de contas, o que o ato de comer insetos pode fazer pelo nosso ecossistema?

A resposta também vem dos cientistas.

É que a agricultura constitui o maior causador da perda de biodiversidade global e um dos principais responsáveis pelas emissões de gases de efeito estufa.

Você já deve ter ouvido por aí, em algum lugar, que a criação de gado responde por uma parte considerável das emissões globais de gases de efeito estufa, certo? A porcentagem exata é 14,5%, segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO, na sigla em inglês).

"Estamos em meio a uma extinção em massa da biodiversidade, em meio a uma crise climática, mas, de alguma forma, precisamos – ao mesmo tempo – alimentar uma população crescente", explicou a entomologista Sarah Beynon, que desenvolve alimentos à base de insetos na Bug Farm em Pembrokeshire, no País de Gales.

Pois é, para que você saiba, o cultivo desses pequenos seres – formados por cabeça, tórax, abdome, três pares de pernas e um par de antenas – utiliza uma fração da terra, energia e água necessárias para a agricultura tradicional e tem um resultado de emissão de carbono absolutamente menor.

E, seguindo na seara das informações esdrúxulas – de acordo com um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Wageningen, na Holanda – grilos produzem até 80% menos metano do que as vacas. E de 8 a 12 vezes menos amônia do que os porcos.

Cientistas defendem que o cultivo de insetos em todo o mundo liberaria vastas extensões de terra que, atualmente, são usadas para a criação de animais e também para a produção de ração para o gado.

Vamos a números absolutos para você entender bem...

Substituir metade da carne consumida em todo o mundo por larvas e grilos tem o potencial de reduzir o uso de terras agrícolas em um terço. Isso liberaria 1.680 milhão de hectares de terra, o equivalente a cerca de 70 vezes a área do Reino Unido.

E então? 

Vamos de hambúrguer feito de grilo moído? E que tal misturar larvas no arroz?

Topa?


[Fonte: UOL // Economia]