Franceses lideram estudo que avalia impacto psicológico do isolamento social na população mundial

Muitos em casa como forma de proteção da Covid-19 e, dentre eles, grande parcela não sabendo lidar – emocionalmente – com esta nova situação. Eis a realidade do planeta. 

Para avaliar o impacto emocional provocado pelo confinamento, cientistas do mundo todo se reuniram em um coletivo e lançaram um estudo, liderado por uma equipe francesa. 

O questionário on-line está disponível em 25 línguas, inclusive o português. A expectativa é que cerca de mil pessoas, de mais de 70 países, inclusive o Brasil, respondam às perguntas, o que permitirá a comparação de dados inéditos.

Qual é o principal objetivo? 

Comparar as populações por áreas geográficas, nível de vida, fatores de risco, e definir estratégias de prevenção, acompanhamento e recomendações para lutar contra a Covid-19 e futuras epidemias.

De acordo com o psiquiatra francês Philip Goorwood – da rede hospitalar Paris Psiquiatria e Neurociências – a intenção é aplicar este mesmo questionário dentro de um ano, quando – espera-se –  a crise já tenha passado. Com os resultados, seus colegas pretendem avaliar como essa situação toda foi processado emocionalmente pela população.

O confinamento trouxe uma gama de situações que têm incidência direta nas emoções: isolamento total para aqueles que já viviam sozinhos, luto repentino em muitas famílias, medo nas pessoas com doenças que as expõem a níveis graves da Covid-19 e estresse pós-traumático para quem ficou com sequelas.

É fato...o planeta está diante de sua maior crise desde a Segunda Guerra Mundial. A ameaça invisível provocada pelo medo da contaminação, somada à recessão econômica gera incertezas e perda de referências nos mais de 1 bilhão de seres humanos que ficaram trancados dentro de casa para evitar a propagação do novo coronavírus.

"Sabemos que com o risco de uma segunda ou terceira onda de contágios – e de uma situação que pode durar meses, talvez anos – o problema do impacto emocional será relativamente perene, assim como as medidas de confinamento", reitera o especialista francês. Logo, continuou ele, “é necessário tirar lições de uma crise internacional como essa".


[Fonte: G1 // Bem Estar]