Você já ouviu falar em antinutrientes?
Se a sua resposta foi negativa, saiba que eles existem e - como compostos químicos que são – dificultam que o organismo assimile os nutrientes da dieta.
Eles estão presentes nas frutas e hortaliças em geral, nos cereais de grão integral (os que são realmente integrais), nos ovos, nas sementes, no cacau puro e até o chá preto e são resultantes de uma verdadeira “guerra silenciosa” que as plantas travam contra o mundo. Por quê? Ao que parece, para que possam se defender de seus inimigos naturais que só querem fazer valer a ideia da cadeia alimentar.
É isso mesmo que você entendeu....Nossa comida tem – literalmente – “vida própria” e, a partir disso, desenvolveu inúmeras formas de sabotar sua própria qualidade nutricional.
Exemplos?
Vamos a eles...
A avidina da clara do ovo e o niacina do milho se unem a outras substâncias dos alimentos e o resultado é bem desagradável: as vitaminas são inativadas.
Os bociogênicos presentes em muitas frutas e hortaliças bloqueiam o iodo (que faz parte da estrutura da tireoide).
Ácidos oxálico e fítico, por exemplo, presentes em alimentos como os espinafres, a beterraba e a acelgas, quando no intestino, se juntam a minerais como o ferro, o zinco e o cálcio e impedem sua absorção.
E também existem antinutrientes que inibem as proteases e as amilases (enzimas que catalisam as reações necessárias para digerir as proteínas e os carboidratos). Essas enzimas são fundamentais para a aceleração de processos bioquímicos necessários para a digestão, o que significa que, se desaparecessem, os referidos processos se tornariam tão lentos que seriam ineficazes.
Dá para acreditar nisso?
Pois é, mas é a pura verdade.
Por isso é fundamental fazer bem as compras domésticas, o que significa saber ler o rótulo nutricional dos produtos. Perguntas como “quanta gordura tem este queijo?”, “aquele tomate refogado conta com muito açúcar?” e “quantas vitaminas existem nos iogurtes?” são essenciais para que o que compramos pensando na manutenção da nossa boa saúde cumpra, exatamente, este papel.
[Fonte: brasil.elpais.com]