A Ciência provou: o pecado original de Adão e Eva jamais poderia ter sido cometido com uma maçã

Momento-cultura universal, vem ver...

Ainda que nem seja, assim, tãããoo afeito (a) à religião, você já deve ter ouvido falar, pelo menos alguma vez, na tal maçã do Jardim do Edén. Aqueeele, citado na Bíblia.

De acordo com os fatos narrados no livro mais lido do mundo, Deus colocou dois troncos especiais no centro do referido horto: a Árvore da Vida e a do Conhecimento do Bem e do Mal. Foi desta última que – segundo os escritos – primeiro Eva, depois Adão, comeram (por influência de uma serpente) o fruto proibido e, assim, foram expulsos do Paraíso. Estava então condenada a Humanidade a passar a eternidade enfrentando provas e tormentos na Terra.

Muito bem, essa história certamente você já ouviu por aí, mas temos uma discrepância nela...

O tal fruto proibido era uma maçã, confere?

Pois é, mas ainda que Adão e Eva tivessem existido de verdade e mesmo que decidissem aplacar a fome (ou só desafiar o Criador) com o pomo condenado, este jamais poderia ter sido uma maçã. E o motivo é um só, bem simples até: a popular fruta que conhecemos hoje é resultado de uma domesticação realizada muuuiiito tempo depois da "criação do mundo".

Fique sabendo você que, se hoje contamos com fartura da dita fruta nos supermercados e feiras livres, ela deve-se à Rota da Seda, o caminho que os mercadores da Antiguidade percorriam comprando e vendendo produtos de um ponto a outro, na região que vai do extremo leste da Ásia à Europa. E quem trouxe esta informação ao mundo – por meio de publicação no periódico Frontiers in Plant Science – foi o Instituto Max Planck, da Alemanha.

As pesquisas foram conduzidas pelo pesquisador Robert Spengler, diretor do Laboratório de Paleoetnobotânica do instituto alemão e se basearam em estudos arqueológicos recentes feitos com sementes de maçãs antigas, preservadas tanto na Europa quanto na Ásia Ocidental.

A conclusão nos trouxe que o comércio da maçã – o primeiro movimento de globalização da Humanidade – teve início há cerca de 4,5 mil anos (com seus momentos mais intensos registrados a partir do século 3 a.C.).

Como adendo, a estudo nos revela que a maçã, em sua versão selvagem, era uma frutinha pequena, sem qualquer atrativo. Sua evolução e transformação em alimento popular aconteceu por conta da megafauna europeia que floresceu depois da última Era do Gelo (há 20 mil anos) e do trabalho dos mercadores da Rota da Seda, que conectava a Ásia e a Europa na Antiguidade.

Logo, voltando ao início dessa conversa, ainda que o casal da Bíblia tivesse existido de verdade, jamais poderia ter cometido o dito Pecado Original com uma maçã.


[Fonte: Portal G1 // Ciência e Saúde]